Mercado financeiro está “em lua de mel” com Bolsonaro, diz economista

Mesmo com alta expectativa para o início do mandato do novo presidente, reforma da Previdência e dívidas de Estados ainda geram incertezas

28 de dezembro de 2018 às 20:46

Foto: Agência Brasil

No âmbito econômico, a expectativa para o início do governo de Jair Bolsonaro (PSL) é, em partes, positiva. Ainda cautelosos em relação aos números, analistas apontam que o crescimento do País em 2019 deve ficar entre 2% e 3%, ritmo que pode permanecer até o fim do mandato de Bolsonaro. O principal impasse é a reforma da Previdência. Sem a mudança na norma, o quadro econômico pode ser mais complicado do que esperado.

Mesmo com cenário incerto, o coordenador do MBA em Perícia e Auditoria Econômico Financeira do Instituto de Pós-Graduação (Ipog), Marcus Antônio Teodoro, afirma que empresários estão em “lua de mel” com o novo presidente. “Bolsonaro está com a faca e o queijo não mão para fazer um excelente governo. A expectativa do mercado é positiva e o cenário é favorável. Mas existe muita coisa a ser feita, principalmente em relação às reformas. É preciso equilibrar as contas do País também. Se ele perder o timing da lua de mel, pode comprometer o sucesso do mandato”, avalia o economista.

Logo após a eleição de Bolsonaro no segundo turno, os principais bancos do País mudaram suas projeções para 2019. No início de novembro, o Itaú divulgou que a expectativa para o próximo ano é de crescimento na ordem de 2,5%, acima dos 2% previstos anteriormente. Já o Bradesco, mudou a projeção de 2,5% para 2,8% em 2019. O otimismo acompanha também empresas ligadas ao mercado financeiro, como a Neoconsig, que é responsável pela gestão de consignado em prefeituras e Estados em diversas partes do País.

Estados

Outro desafio a ser enfrentado em 2019 é a dívida dos governos estaduais. Atualmente, os mais endividados são do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. Apenas as administrações do Espírito Santo, Roraima, Rondônia, Amazonas e Amapá têm despesas dentro dos limites da lei e da prudência. No fim de 2018, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul chegaram a atrasar o pagamento do 13º salário dos servidores.

Ao todo, Bolsonaro tem aliados no governo de 14 Estados brasileiros, cenário que deve facilitar a parceria econômica com a União. Em declaração pública após eleito, o presidente informou que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, discutirá com os governadores eventual renegociação de dívidas. Entretanto, o presidente também pediu mais empenho dos governadores para superação da crise fiscal.

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